Yebba — Dawn

Pedro Pinhel
Original Pinheiros Style
2 min readSep 11, 2021

--

Assim como seu influencer favorito, Yebba foi descoberta e viralizou via Instagram. Um mal necessário? Em 2021, é bem provável que sim. Badalada por gente como Missy Elliott, Timbaland, Questlove e Q-Tip, ela logo virou a menina dos olhos de um certo Mark Ronson, que de bobo só tem a cara e o sotaque falso de nova-iorquino. A voz dela foi descrita pelo New York Times como "uma em um milhão", e apesar de eu costumar seguir à regra a diretriz do Public Enemy de não acreditar no hype, isso aqui me pegou de jeito. O disco Dawn, que acaba de sair do forno, tem um pé no R&B contemporâneo e outro no soul-jazz, e a produção de Mr Ronson, que tem em seu currículo o cultuado Back To Black, da Amy Winehouse, e várias outras coisas bem chatas e previsíveis, deixa tudo redondo, palatável, poppity pop, e e pronto para consumo de todo mundo — o que inclui aquela sua prima que curte coisas como o NPR Tiny Desk Concerts e Billie Eilish. Confesso que baladas como "October Sky" não me comovem muito, acho bem cansado e tal, mas "Far Away", por exemplo, que tem uma bateria de fazer inveja ao Brother Questo, além de uma ótima participação de A$ap Rocky, é um som bem interessante. Parte da banda aqui é a rapa que criou o antológico Voodoo, do D'Angelo, que não coincidentemente é um dos ídolos de Yebba — ao lado de Miss Aretha Franklin, veja você. Gravado no Electric Lady Studios, Dawn é o tipo de álbum que precisa ser escutado — mesmo que seja pra achar uma merda. Pra mim, é desde já um dos grandes lançamentos deste apenas razoável 2021, e pretendo ouvi-lo até gastar. Ou até eu me irritar e desistir de vez. O que vier primeiro.

Que tal dar uma força pro OPS seguir firme e forte?

--

--