Kari Faux — Real B*tches Don’t Die!
Conheci a rapper Kari Faux em 2019, quando ouvi o EP Cry 4 Help, e virei fã imediatamente. Auto entitulada uma femcee, ela acabou de lançar seu terceiro trampo, Real B*tches Don’t Die!, e o bagulho parece que só melhora. Nascida no Arkansas, a artista mete bronca num dirty south de fazer o Outkast e o UGK ruborizarem — com o flow, com as produções e também como a boca suja (cheguei a definir mrs Faux como a Dercy Gonçalves do rap no meu primeiro texto sobre o assunto por aqui). O tema aqui são suas raízes sulistas, e o arregaço já começa em “H-Town”, som que faz referência a Houston (cidade de outra fodona do assunto, Solange Knowles, a irmã talentosa da Beyoncé, além do icônico DJ Screw, inventor do estilo downtempo chapadão que é a assinatura do rap da cidade texana nos anos 90). Se Kari ainda não é a rainha do rap, ela vai ser. Ou deveria — até porque a gente sabe que os verdadeiros reis tão sempre pagando de súditos. Meus destaques são a já citada “H-Town” e “Me First”, duas cacetadas inacreditáveis que precisam ser ouvidas imediatamente. Claro que o principal assunto aqui é o feminismo e a briga das minas pra se estabelecer dentro de um gênero historicamente machista e misógino, mas esse não é o meu lugar de fala, diz aí? Então pode ir com tudo, aumenta o som e aproveita.
